A Colônia de Silveira Martins - RS

Gaspar Silveira Martins, Senador da República e político de muito prestígio, foi um grande tribuno gaúcho e muito admirado e respeitado na época da imigração, pelo fato dele ter lutado e defendido o projeto de imigração implantado por D.Pedro II. Ao núcleo da IV Colônia Imperial de Imigração Italiana, foi dado o seu nome Silveira Martins.


O campanário da Igreja Santo Antônio de Pádua foi inspirado na torre da Igreja de Caorle, na Itália.

Em 20 de setembro de 1878 o Núcleo Colonial de Santa Maria da Boca do Monte é elevada a Categoria de Colônia sob a denominação de “Silveira Martins”. Depois de um ano, aproximadamente, um decreto suspende os auxílios para a imigração, mas mesmo espontânea, continua a corrente imigratória.

Não havia mais área para fixar tanta gente. O Diretor da Colônia pediu para o Governo geral que desapropriasse terras improdutivas dos latifundiários. Isto não foi feito, representando verdadeiros obstáculos para o progresso da Colônia.

Em 15 de junho de 1881 é nomeado para o cargo de diretor e Chefe da Comissão Técnica, o Engenheiro José Manuel da Siqueira Couto. Sua missão era a de preparar a Colônia para uma rápida emancipação, visto que estava destituída de espaço para expandir-se. Também vai continuar pedindo ao Governo geral que destine verbas para desapropriar as terras planas dos particulares que truncam a expansão da Colônia, pois esta continua recebendo colonos, que ficam nas casas dos já fixados ou abarrotam os barracões da Sede. Couto abre estradas internas e uma ligando a Santa Maria.



A 19 de agosto de 1882, o Imperador assina o Decreto 8.644, emancipando do regime colonial a Colônia Silveira Martins, da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul. Juridicamente, passa a ser o 5º Distrito de Santa Maria. Emancipada a Colônia, continuou o fluxo de imigrantes espontâneos. Não podendo contar com as terras particulares circunstantes, Couto teve de aproveitar as áreas devolutas vizinhas, numa área de 20 léguas em derredor.

Criam-se então diversos núcleos em terras devolutas. O local escolhido, distante dos demais núcleos de imigração italiana, era composto por terras devolutas situadas na região central, na Serra de São Martinho, que faz parte da Serra Geral. Localiza-se a 30 km do Município de Santa Maria e a aproximadamente 290 Km de Porto Alegre. Silveira Martins constitui o berço da IV Colônia Italiana no RS, que ali se estabeleceram no ano de 1877.


As outras três colônias anteriores, estabeleceram-se nas localidades que hoje constituem os municípios de Caxias do Sul-RS, Bento Gonçalves-RS e Garibaldi-RS. Enquanto a cidade de Santa Maria veio a situar-se na planície (na "boca do monte"), Silveira Martins foi localizada na parte alta da região, que já faz parte da serra, em lotes que, na época, ainda não eram explorados para a agricultura ou pecuária.

A cidade ainda guarda aspectos da época de fundação, que podem ser observados na arquitetura característica de prédios (clubes, escolas, hotéis e a própria igreja). Para o visitante que chega à cidade, impressiona (de longe) a sua bonita igreja matriz, em cor verde vibrante.
Diferentemente das outras três primeiras colonizações italianas no RS, que perfazem expressivo percentual da economia do RS, esta colonização não foi tão bem sucedida. Dentre as razões, parecem estar: falta de comunicação adequada com outros centros comerciais maiores, falta de autonomia para colocar em prática a cultura trazida, e não implementação de oficinas e indústrias, que constituem fatores essenciais para ativar o progresso.

A IV Colônia Imperial de Imigração Italiana abrange os municípios de Dona Francisca, Faxinal do Soturno, Ivorá, Nova Palma, Pinhal Grande, Silveira Martins, São João do Polêsine e partes dos atuais municípios de Santa Maria (Arroio Grande e Itaára) e de Restinga Seca (Três Vendas, São Rafael, Santuário e Várzea do Meio), somando uma área de 2,5 mil quilômetros quadrados e com uma população total próxima de 65 mil habitantes - cuja grande maioria (74,4%) reside no meio rural.

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